Porque a vida, às vezes, se assemelha demais a um espetáculo.
E, sendo assim, eu não quero ser a platéia, mas a atriz principal.
O diretor, obviamente, está lá em cima.
Bem-vindos ao teatro da minha vida. Fiquem à vontade: escolham seus lugares, observem e, se se sentirem livres para tal, não hesitem em participar do espetáculo.
Na vida real...
Tem horas em que eu sinto a arte transbordando de mim. Uma vontade incontrolável de buscar o belo, a perfeição. De fazer algo que preste por mim mesma. Aí pego um lápis, escrevo, desenho, canto, às vezes até danço (nesse meu jeito desajeitado de ser). Sinto-me artista, criadora, fazedora. Sinto a liberdade de fazer o que eu quiser (afinal, é para isso que serve a licença poética). Sinto-me detentora de um grande poder e, conseqüentemente, de uma grande responsabilidade.
Mas aí caio em mim, e vejo que a ilusão não me completa. Vejo que o poder não me pertence, e a responsabilidade é mal cumprida. Vejo que a verdadeira liberdade é a que se abandona nas mãos de Outro. Percebo-me criatura, obra, vejo que sou feita a cada segundo. No máximo, quando a misericórdia de Deus me é mais perceptível, sou meio, instrumento da Arte maior. E essas são as horas em que eu sou mais feliz.
Um comentário:
Hã?
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